segunda-feira, 3 de março de 2008

Café e Baton


O dia amanhece no filtro de papel
Na claridade do óculos dentro da bolsa.
Acorda qual um camelo estrábico
E um querubim paralítico.
O dia amanhece logo depois da veneziana
Um pouco aquém do sujeito que observa
E além daquilo que é percebido.
Acorda como um risco no vazio
Criando espaços que não existem
Ou fingem existir por pura insistência. O dia amanhece num sol maduro
Prestes a ser colhido
Espremido até o caldo.
Um dia Vita saiu de casa bem cedinho. Arrumou -se com esmero, pegou algumas bolachas na cozinha e colocou dentro da sua bolsinha. Conversou com os seus mortos, escutou o jornal matinal, regou as plantas, deixou a louça por lavar, abriu as cortinas da casa, e saiu deixando a porta sem trancar. Desapareceu no espelho da esquina . Escreveu com batom um último verso: "Não me esperem para o jantar".

2 comentários:

Unknown disse...

Márcia,
Amo ler seus textos, seus livros e foi através deles que tive o primeiro contato real com a minha condição feminina. Te agradeço por tudo isso! Agora vou poder estar ainda mais perto de você, visitando o seu blog. Obrigada pela oportunidade!
beijos
Mila

Intégration par le bilinguisme disse...

Veja só Marcia, tinha deixado um comentário inspirado mas o Google me pegou e exigiu abrir uma conta. Abrir uma conta ou deixar de lado o comentário. Aceitei abrir a conta e voltei para postar o comentário. Mas zebrou, ele já tinha ido embora, mais um dos muitos efêmeros e perdidos nas selvas da Internet.
Mas vou ver se me lembro.Dizia ter gostado de passear pelo seu blog. E que já conhecia teu nome de emails recebidos e lidos, mas desconhecia ser escritora, embora tivesse a intuição de ser pessoa boa de escrita.
E acrescentava o desejo de voltar de vez em quando ao seu blog para passear e numa das esquinas criadas com seus títulos, entrar num deles apra ler com calma e prazer.
Grande abraço, daqui dos Alpes não tão frios, Rui Martins, que gosta tb de escrever, mas sobre coisas políticas, o que tb é outra forma de sonhar, com um mundo melhor, porém pura e louca utopia,
Rui Martins

Chet

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Foi uma delícia escrevê-lo!