terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Humano, Demasiadamente Humano


Vamos nos mobilizar e ajudar?

A COMBINA combina com seres humanos demasiadamente humanos e que se preocupam com a beleza e a vida do planeta.

COMBINA - Companhia dos Bichos e da NaturezaOrganização da Sociedade Civil de Interesse Público / OSCIPCNPJ:04.219.278/0001-05 Banco do Brasil Agência: 0335-2 Conta:15.565-9 Conta Poupança
Obs: se você tem um blog e acredita que pode fazer a diferença, por favor, espalhe a mensagem e, se possível, arrume um lugarzinho no cantinho da página para podermos ajudar, tá?

Marilene Tombini & Eu


A montanha se partiu em cacos
quando Marilene partiu da cidade.
Na janela vazia, o pingente oco
ocamente oscilava no vazio.
Nenhum passo no primeiro andar.
Foi-se como o aroma do shoyo
cobrindo o arroz integral.
Se despediu em lótus,
- macrobioticamente temperada -
em curva preguiçosa de yoga.
Deixou-me órfã de geração
e amiga.
De mochila às costas
tomou o rumo de um porto,
alegre.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Maiakovski & Nós



Primeiro, eles vêm à noite, com passo furtivo, a gente não se dá conta, finge que não vê, tapa os ouvidos,aumenta o volume da tevê, finge uma ocupação absolutamente irrisória, zanza pela casa, abre a geladeira, lê o jornal e se preocupa... com conceitos que quanto mais abstratos, melhor. Depois eles chegam, arrancam uma flor, e substituimos o vaso, absolutamente seguros de que foram-se os anéis mas ficaram os dedos ou de que poderia ter sido pior porque uma flor é só uma flor e não dizemos nada. Pra que falar? Era só uma flor, uma florzinha atoa, um tico de insignificância, um delitinho mínimo, desmerecedor de grandes preocupações. No dia seguinte, já não tomam precauções:tiram a máscara de bandidos, exibem suásticas, rufam tambores e gritam palavras de ordem (?) como Negros Imundos, Homossexuais Nojentos, Libertários Impuros, Artistas Devassos, Humanistas Panacas, Mulheres Vadias, Ecologistas de Merda, Judeus Sujos, Árabes Terroristas e outros slogans que nem o Canhoto conseguiria (nem teria estômago) criar. Sem cerimônia entram no nosso jardim, como se a casa fosse deles e tívessem sido convidados e pisam as nossas flores, mas flores são flores e são só flores e pra que fazer tanto barulho por nada? Damos uma espiadinha nos estragos no gramado, verificamos quais sementes e mudas compraremos no dia seguinte. Depois, entramos em casa, fechamos a porta e eles matam nosso cão. Só reparamos na manhã seguinte e mais uma vez fechamos os olhos , tapamos os ouvidos e costuramos a boca. Fingimos que não vimos ou soubemos que o matador (secretário de uma prefeitura perdida nos cafundós do país) chegou até a vangloriar-se num canal de tevê, exibindo - subliminarmente, é claro - uma pavorosa suástica que a plenos pulmões declarou que "cachorro é que nem criança negra, ninguém quer adotar" e empolgado pelas câmeras pomposamente afirmou que "se houvesse uma lei que permitisse matar menores de ruas, isso era um caso a se pensar". Mas que valor teriam as palavras de um secretário caipira perdido num município cravado no interior de um estado? O coitado deve ter se embananado, televisão intimida e acaba-se falando besteira , preferimos pensar e não dizemos nada.
Até que um dia o mais débil dentre eles
entra sozinho em nossa casa,
rouba nossa luz,
arranca a voz de nossa garganta
e já não podemos dizer nada.
As frases em vermelho são do poeta Eduardo Alves da Costa, em seu poema Caminhando com Maiakovski que ao escrevê-las, certamente deve ter passado pelo que hoje passa Nova Friburgo, nas mãos de um secretário de quem o próprio Demo deve sentir vergonha.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009


Vitalina, do alto do seu pouco mais de um século de vida, dizia: Cuidado com quem não gosta de criança e cachorro. Foram precisos muitos anos para que eu constatasse tamanha verdade quando há poucos dias assisti, estarrecida, uma eminente figura da Prefeitura de Nova Friburgo, cidade que escolhi para viver, defender de maneira grosseira ( por que será que prolifera tanto a má educação e a soberba entre a cúpula política? ) a MATANÇA de animais de rua.
Para justificar tamanha atrocidade o infeliz argumentou que "cachorro de rua é que nem criança negra: ninguém quer adotar". Na hora em que ele falou, com uma linha imperceptível de sarcasmo desenhada nos lábios, gelei até o fundo do fundinho da alma, pensando que já tinha visto esse argumento em algum lugar. "Primeiro eles matam os cães , depois, os miseráveis que encontrarem pelo caminho" vó Vitalina falou lá do canto do céu onde agora vive...
E como me aterroriza pensar que ela pode estar certa, escrevo este texto como testemunho de que na cidade de Nova Friburgo, Rio de Janeiro, um infeliz secretário de uma secretaria que certamente deveria ser extinta e varrida do mapa, além de ter iniciado uma matança de animais, cruel, covarde e insana, insanamente deve andar com outras idéias na cabeça.
Como acredito que a VOZ - a voz que tão bem definiu Chico Buarque numa música que agora me escapa o título - é o instrumento mais poderoso do que qualquer espada ou arma letal, peço que espalhe este texto e coloquemos a voz na boca do trombone contra o ato arbitrário e cruel que está acontecendo hoje, na cidade de Nova Friburgo.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Ana Durães & Eu


Na escarpa do Monte Alegre,
entre rodesians & vinho tinto
& casos do acaso contados
entre risos e pantufas,
ela mora: sacra
santa
santíssima.
Amiga de minas
nunca dantes exploradas.
Amiga de fé
& conjuros.
Comungada em hóstias,
caviar
rosas
& capa de Super Maria.
Heroína manca
bêbada de vida
& devota da liberdade.
No riso de Ana
anjos
santos
santas
deuses profanos
se fazem humanos...


obs: Ana Durães me deu de presente a capa de "Senhoras do Santíssimo Feminino" livro publicado pela Editora Rosa dos Tempos.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Matemática Insana


Some como se fosse muito,
como se a ordem dos fatores
não alterasse o produto,
como se a soma dos algarítmos
superasse o zero.
Incógnito em múltiplos fatores
se esconde tal qual um ladrão.
Surrupia,
escorrega,
dissimula...
Some como se tudo tivesse,
como se fosse,
como se ousasse,
como se acreditasse.
Aparente em mínimos fatores,
se exibe exageradamente artificial.
Como se o amor fosse uma simples conta...

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Norma Bengell & Eu


Quando Henry Miller me dispensou
alegando minha pouca idade
e imaturidade erótico-linguística,
não me foi surpresa ser barrada
pelo porteiro do cinema São Luiz.
"Normas", disse o homenzinho
por detrás dos botões dourados
e penduricalhos da farda.
Normas?
"Não há normas em Norma",
argumentei, agora afiada
nas artes da hermenêutica.
"Impróprio para menores"
o sujeitinho falou apontando
uma tarja no cartaz.
Não houve hermenêutica,
nem matemática,
nem física,
nem metafísica,
nem geometria,
nem o mais quântico ilusionismo,
que o convencesse
de que treze era pura abstração relativa.
Não vi Norma Bengell emergir nua das águas
na sala escura do São Luiz.
O cinema tinha nome de santo e...
deu-se o milagre.
Norma deu de emergir sem normas
das palmeiras centenárias da Rua Paissandu,
dos salões burgueses do Fluminense,
e no desandar do andar das mulheres
(outrora enfadonhas)
que me rodeavam.
Hoje, passados anos
de muita abstração relativa,
a tenho amiga,
uma amiga sem normas...


Obs: Já está saindo o DVD de O Guarani, o super filme de Norma Bengell.

Chet

Chet

Home Sweet Home

Home Sweet Home
Que buraco é esse que me faz comer a geladeira?

Livros & Livrarias

Livros & Livrarias
Livrarias são janelas. Livros olham o mundo.Livrarias libertam. Livros revolucionam.

Senhoras do Santíssimo Feminino

Senhoras do Santíssimo Feminino
O poder sagrado Delas.

A Pergunta de Lacan

A Pergunta de Lacan
O mistério do gozo das mulheres

Afrodite & Panelas

Afrodite & Panelas
E no princípio era a GULA...

A Casa

A Casa
O mundo olha pelas nossas janelas...

Um Lance de Dados

Um Lance de Dados
Jamais abolirá o acaso

O Caldeirão

O Caldeirão
Ele não está no final do arco-íris

Armário e Gavetas

Armário e Gavetas
O que será que eles revelam?

Minha Cozinha

Minha Cozinha
Onde tudo começou.

Meus Segredos

Meus Segredos
Laços e refogados culinários

Nossas Luas

Nossas Luas
E são treze...

Seduções & Devaneios

Seduções & Devaneios
Eu o escreveria mil vezes!

Guadalupe, a Santíssima Mestiça

Guadalupe, a Santíssima Mestiça
Como amei descrevê-la!

Amor e Cozinha

Amor e Cozinha
Foi uma delícia escrevê-lo!