domingo, 18 de janeiro de 2009
Há dois dias me faço esta pergunta. Primeiro, de prima, me bateu a certeza de que realmente sofro de fome anoréxica. Contraditório? Pois é, de segunda, veio a certeza de que por vezes a fome é contraditória. Você tem fome, acha que está faminto e sai por aí tapando buracos e buracos no estômago, rins, fígado, pâncreas, cérebro, alma... mas não é fome. É puro entojo, como diria minha avó. Entojo... Pura anorexia. Cheguei a quase brilhante conclusão de que a fome de humanidade foi tão grande, tão descomunal, que não houve como ser saciada. Resultado: virei anoréxica. To por aí entojada, com o estômago revirado, ouvindo os roncos da boca da alma
domingo, 11 de janeiro de 2009
Deus, Homens, Nigra & Gaza
Hoje, ao abrir a janela e me deparar com o sol bolinando as montanhas, pensei que já é hora de deixar Nigra explorar o céu. Talvez, Deus em sua infinita misericórdia tenha a levado para cuidar - junto com os outros animais que Ele "misteriosamente" levou ao final do ano - das crianças que a estupidez humana expulsou da Terra.
sexta-feira, 9 de janeiro de 2009
quinta-feira, 8 de janeiro de 2009
Primeiro Dia de Luto
O dia escorreu sombreado
cinzento como meu sangue pisado.
Procurei Nigra pela casa inteira
mas Deus já a tinha roubado.
Descaradamente Ele a comprou
com divinas guloseimas.
Assoviei umas mil vezes,
ofereci carne e os biscoitos
- lambuzados de manteiga -
que ela tanto gostava.
Não adiantou.
Deus é ardiloso
e rouba nossos amores
como ninguém.
quarta-feira, 7 de janeiro de 2009
Nigra Niger Noite
Quem nunca viu uma noite ruiva
não conheceu Nigra,
a cadela das estrelas.
Minha Gilda de Buenos Aires em affair.
Quem nunca viu o amor de perto
não conheceu Nigra,
a cadela de Eros.
Minha Psique sem neurose.
Quem nunca voou nas asas de um rouxinol
não conheceu Nigra,
a cadela de Debussy.
Minha engraçada Valentine.
Quem nunca mirou a morte
não conheceu Nigra,
a cadela anjo.
Minha doce e bela estrela
como é difícil te dizer adeus...
terça-feira, 6 de janeiro de 2009
Geografia, Eu & Maysa
Mundos não caem, disse Dona Vera, a professora de geografia. Solteirona amarga, seca, ossuda, desaguada como os desertos que pomposamente apontava no quadro negro.
Mas o da Maysa caiu, disse eu exibindo o long play roubado da coleção de minha mãe. Caiu porque alguém a fez ficar assim : bela como uma tela de Monet.
Que Monet é esse, garota? E que mundo é esse que despenca? Dona Vera replicou já com a caneta vermelha, pronta para me tascar um zero.
Não sei se por medo da redondura na caderneta ou se por ter aprendido com Maysa que os desertos dos mapas não abrigam beduínos, me encolhi na carteira abraçada ao disco.
Com Dona Vera aprendi uma geografia estática, imóvel, grudada no Atlas como um cadáver seco de urubus. Com Maysa, aprendi que o mundo vive caindo...
Mas o da Maysa caiu, disse eu exibindo o long play roubado da coleção de minha mãe. Caiu porque alguém a fez ficar assim : bela como uma tela de Monet.
Que Monet é esse, garota? E que mundo é esse que despenca? Dona Vera replicou já com a caneta vermelha, pronta para me tascar um zero.
Não sei se por medo da redondura na caderneta ou se por ter aprendido com Maysa que os desertos dos mapas não abrigam beduínos, me encolhi na carteira abraçada ao disco.
Com Dona Vera aprendi uma geografia estática, imóvel, grudada no Atlas como um cadáver seco de urubus. Com Maysa, aprendi que o mundo vive caindo...
Folhas de Verão em Dó Maior
segunda-feira, 5 de janeiro de 2009
domingo, 4 de janeiro de 2009
Heideggerianas
Quatro primeiros dias
de ser e tempo velados.
Caminhos que não levam
a nenhuma parte
- exceto ao passado -.
O futuro incerto
de certo não tem nada.
O tempo.
O ser.
Dois garotos levados,
transviados
pervertidos
inesperados.
Queimados de sol
encharcados de chuva
me esperam na esquina
que dobra numa curva,
desvia numa encruzilhada,
não entra à direita
e segue em reta
- a perder de vista -.
Quatro dias primeiros
de um namoro tumultuado
que começa as time goes by.
de ser e tempo velados.
Caminhos que não levam
a nenhuma parte
- exceto ao passado -.
O futuro incerto
de certo não tem nada.
O tempo.
O ser.
Dois garotos levados,
transviados
pervertidos
inesperados.
Queimados de sol
encharcados de chuva
me esperam na esquina
que dobra numa curva,
desvia numa encruzilhada,
não entra à direita
e segue em reta
- a perder de vista -.
Quatro dias primeiros
de um namoro tumultuado
que começa as time goes by.
sábado, 3 de janeiro de 2009
Silvinha Telles & Eu
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