Que um dia você não se perca
entre a cozinha e o corredor.
Que vire Houdini e abra
correntes e baús fechados.
Que não assuma dívidas
por maternas fibras desdobradas.
Que não se obrigue a nada
que o coração não mandar.
Que não tenha medo do mundo
nem das cidades nem dos subúrbios.
Que não tema o pânico de si
e como spiderman agarre sua alma.
Que se perca em amores impossíveis
mas possibilite-se.
Que desperdice o tempo
pois a vida não usa relógio.
Que cresça,
diminua,
encolha e alargue
quando der na veneta.
Que desoriente como Alice,
que apresse como o coelho,
que escape como Snark,
que confunda como Peter Pan.
Que fuja de Otelo
mas persiga noites quentes de verão.
Que seja o que já é
o que será
e o que já foi sendo.
domingo, 17 de agosto de 2008
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5 comentários:
Pois a vida não usa relógio...
Você consegui, unir personagens, real ou da fantasia e criar este poema suave, divino, sabe que não conseguia desgrudar daqui?
Enfim copiei e mandeu para minha filha.
Você e a poeta dos sonhos.
Tenho certeza que quem vem por aqui, fica assim como eu, querendo mais, querendo alimentar a alma.Você é o remédio.Um grande abraço.
belíssimo
Que assim seja =D
=**
Sim..temos que estar atentas e fortes...bjs
Que lindo poema!
Sabe, hoje li um post de uma amiga minha(http://tatit.wordpress.com/) que falava das mesmas coisas, mas você foi um pouco além.
Acredito que estou vendo isso por ver que minha vida mudou mesmo, que agora vejo as coisas como no seu post, com paixão e leveza.
Abraços e luz!
Nathalie Gingold
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