dominam o nada
dispensam o tudo.
Domina são donas dos desígnios,
conduzem o destino em entrudo.
Domina são dominós femininos
que riscam pontos na escuridão.
Ferozes e meigas como felinos
Senhoras da ruptura e da perversão.
Domina são barcos sem marinas,
missas negras sem Papa e sem latim.
Domínios de tules e bailarinas
Tatuam os lábios com rubro carmim.
Domina são donas sem dó
que dão à luz e engolem a vida
nas tripas sangrentas do nó.
Virgínia rezava para Fátima. No avarandado do fundo da casa conversava com a moça azul que chegava ao final da tarde. Conversa azulada, encantada, refogada. A moça ajudava o preparo da janta enquanto Virgínia orava e catava feijões. Orações culinárias, ensopadas, encorpadas. De tão íntimas, eram uma. Virgínia era Fátima e Fátima era Virgínia. Uma era virgem. A outra, nem tanto.
Domina são donas dos desígnios,
conduzem o destino em entrudo.
Domina são dominós femininos
que riscam pontos na escuridão.
Ferozes e meigas como felinos
Senhoras da ruptura e da perversão.
Domina são barcos sem marinas,
missas negras sem Papa e sem latim.
Domínios de tules e bailarinas
Tatuam os lábios com rubro carmim.
Domina são donas sem dó
que dão à luz e engolem a vida
nas tripas sangrentas do nó.
Virgínia rezava para Fátima. No avarandado do fundo da casa conversava com a moça azul que chegava ao final da tarde. Conversa azulada, encantada, refogada. A moça ajudava o preparo da janta enquanto Virgínia orava e catava feijões. Orações culinárias, ensopadas, encorpadas. De tão íntimas, eram uma. Virgínia era Fátima e Fátima era Virgínia. Uma era virgem. A outra, nem tanto.
Um comentário:
...Márcia...
belíssimo, belíssimo!
...
como se fosse um verso para entranhas,
um grande abraço!
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