Rachel amava os gatos
e a vida.
Odiava os medíocres.
Com esses era ranzinza,
impaciente e ... implacável,
por que não?
"De noite vira bruxa",
diziam os vizinhos.
Rachel ria e bebia absinto.
Absíntica, enigmática,
tão maníaca por mitos
que beirava a mitomania.
De tanto amar os gatos
acabou virando uma...
gata.
Revirava latas de caviar
e lambia lascas de camembert.
Uma gata de gosto
fino,
sutil,
refinado.
Um dia subiu no telhado
com o violino
e o cálice de absinto.
Abriu os braços,
esticou a coluna,
arrepiou os pêlos
fechou os olhos
e parou o coração.
Num salto mortal se foi
para o outro lado do mundo.
Sem vassoura
atravessou a lua
virou uma estrela.
Rachel Melamet era uma gata. Uma amiga gata que deixou de miar nos telhados daqui da Terra porque Deus (sempre Ele) a chamou... no cio.
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4 comentários:
Não sei porq ela me lembrou a Sônia á amiga tbm bruxa da Louis Bourne.Bela homenagem,adoro seus textos.
Pra mim ainda soa estranho a despedida física. Mas tão bom olhar o céu, as estrelas e saber que a ligação permanece e ter a certeza que o reencontro é certo...
Grandes beijos
Deixou saudade em muita gente....
2 meses sem contato com Rachel, minha doce Xursinha. Venho de longe, mudei do RS pra SP, chego aqui e perco meus contatos do celular, que resolveu queimar...hoje, depois de tudo ajeitado, vou na internet buscar o telefone perdido de minha amiga, amiga de tempo, de net, de msn, de beijo, de abraço, de camiseta igual, essa preta do gatinho,minha amiga se foi e não sabia.
Que dor que sinto agora.
Que dor, que dor.
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