Vita me ensinou as primeiras lições do feminino anárquico. E bem antes dos sutiãs serem queimados nas praças ,ela me veio com o primeiro fósforo. Fizemos uma bela fogueira no seu quintal e realizamos o meu primeiro ritual. Dentro do fogo jogamos as pieguices românticas, os laçinhos, os bibelôs e o pinguim da geladeira. Queimamos todos os princípes encantados e casamos com os sapos. Rolamos na terra e fizemos amor com os répteis de Lilith. Criamos asas. Pintamos com barro os nossos rostos e declaramos guerra ao Paraíso. Nos aliamos as medusas e rasgamos os códigos da boa dona de casa.
Eu queria ter um zíper na imaginação
Para só abri-lo em situações de emergência.
Queria ter um bolso sobressalente
Escondido entre o ventre e o coração.
Nele,eu guardaria coisas inúteis
Como paixões
Angústias e risos.
De vez em quando acrescentaria coisas
Ainda mais inúteis
E que ninguém presta atenção:
Nuvens
Terremotos e vendavais.
Eu queria ter um saquinho mágico
Para guardar varinhas e estrelas
Só para dizer que as tinha
Pois nenhuma delas eu usaria!
Eu queria ter um chapéu de toureiro
E... se possível, também um touro
Que trancaria no armário.
Eu queria falar muito
E dizer palavras muito feias
Que causassem uma boa impressão.
Queria ter um aparelhinho para surdez
Para poder escutar melhor as conchas
E espalhar boatos sobre o mar...
Queria ter a lua
O sol e os planetas
E de quebra alguns demônios
E anjos tocando trombetas.
Queria ser avarenta e emprestar dinheiro
Só para cobrar beijos como juros.
Aliás,eu queria mesmo era ser Deus.
Só para desfazer o que foi feito
E inventar coisas novas!
Para só abri-lo em situações de emergência.
Queria ter um bolso sobressalente
Escondido entre o ventre e o coração.
Nele,eu guardaria coisas inúteis
Como paixões
Angústias e risos.
De vez em quando acrescentaria coisas
Ainda mais inúteis
E que ninguém presta atenção:
Nuvens
Terremotos e vendavais.
Eu queria ter um saquinho mágico
Para guardar varinhas e estrelas
Só para dizer que as tinha
Pois nenhuma delas eu usaria!
Eu queria ter um chapéu de toureiro
E... se possível, também um touro
Que trancaria no armário.
Eu queria falar muito
E dizer palavras muito feias
Que causassem uma boa impressão.
Queria ter um aparelhinho para surdez
Para poder escutar melhor as conchas
E espalhar boatos sobre o mar...
Queria ter a lua
O sol e os planetas
E de quebra alguns demônios
E anjos tocando trombetas.
Queria ser avarenta e emprestar dinheiro
Só para cobrar beijos como juros.
Aliás,eu queria mesmo era ser Deus.
Só para desfazer o que foi feito
E inventar coisas novas!
O poder de Vita concentrava-se no desejo. O mundo para ela era um enorme sorvete que só lhe implorava uma lambida. E Vita lambia a vida com a gula de uma criança! Ela não tinha o mínimo pudor de exibir um coração lambuzado, babado de sonhos e os desejos mais loucos. Para Vita a magia era isso: desejar, desejar, desejar, e desejar sempre. Os seus feitiços eram dedos furtivos sobre o glacê colorido do bolo da vida. E se alguém, por acaso lhe perguntasse de onde vinha tamanho poder, ela certamente responderia : "Vem do fundo da goela da gula."
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