terça-feira, 4 de março de 2008
Luizas, Lagoas e Jobim
Vem Cá...
Vem Cá Luiza...
A primeira vez que ouvi Jobim executar Luiza tive a nítida certeza daquilo que desconfiava desde os meus tempos de criança: Luizas são lagoas.
Plácidas, sombrias, iluminadas, salgadas, doces, encrespadas, espelhadas, transparentes, lisas, negras em noites sem lua, cintilantes em noites de céu estrelado e em dias de sol.
Esféricas, concêntricas, tanto afogam em traiçoeiros redemoinhos como emergem dragões lendários. Reticentes, sábias, implacáveis; permitem, ou não, aproximações e distanciamentos.
Abaetés, Titicacas, insanas, delirantes, rodopiantes em sapatilhas de bailarina, enraizadas nos confins da terra, afogadas em si mesmas, dodecafônicas em sinfonias que só elas ouvem, Luizas são notas musicais que escapam para si e em si e se bastam.
E por mais que os nossos pés brinquem nas suas bordas, por mais que atiremos em suas águas pequeninos seixos, elas permanecerão intocáveis, imutáveis, encrespadas em espirais engolidas por elas mesmas.
LUIZAS
LAGOAS
A idosa: vó Luiza, lagoa de caramelo.
A noiva: Maria Luiza, mãe que me apontou o caminho dos devaneios.
A bailarina de óculos escuros: Luiza Lagoas, amiga em águas de sapatilhas, mãe de Júlia Cristina e Vitória.
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Um comentário:
Linda!
Seu blog está uma delícia!
Assim como seus livros!!!
Tive a honra de adicionar nos meus favoritos, sinta-se à vontade para visitar o meu:
http://cadernodecabeceira.blogspot.com/
Beijo grande e mais sucesso.
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