despenca da bainha da saia.
Menires de porcelana
na toalha estendida do céu.
Noite transbordando de uma taça
na embriaguez da pia.
O canário preso suicida-se
entre o lavar dos pratos
e gotas de detergente.
Morre entre a gaiola e a pia.
Mais um cadáver
na necrofilia das paredes.
Esqueceu do bilhete!
Mortos...
Por que será que escrevem?
Antes de ir embora, as duas me entregaram os seus mistérios. Vita, a eterna anarquista, deu-me de presente uma folha em branco; Virgínia, a irmã das Virgens, uma caixa cheia de medalhas. Depois se foram sem as pieguices das despedidas. Deixaram-me tripartida. Uma figura a um passo de uma exótica esquizofrenia.
3 comentários:
Marcia, o meu muito obrigado pela visita ao meu blog... E meus parabéns... seus textos/poesias também são ótimos... a idéia necrófila imposta no poema, lembra-me o meu poeta preferido Augusto dos Anjos...
Um grande abraço!
Ai, brigada, Marcia!
Muito obrigada pelo mimo. :)
Fico feliz que tanto gostou...
Ah, e ficou lindo ali, com a descrição que tu deu pr'ele!! *-*
achei um vídeo da ruth etting no teu blog! shakin the blues away... aliás, tem vídeos ótimos e teu último texto é maravilhoso (como todos)!
beijos,
Liz
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