Virgínia não temia a morte. Tinha coisas mais concretas para temer. Morria de medo do depois do falecimento, do intervalo de tempo entre a decomposição do cadáver e a composição da ganância. Presenciara inúmeros funerais e inventários.Tomou gastura, como ela mesma dizia. De tanto entojo, da noite pro dia virou filósofa. Mas não se ateve ao Ser, ao Nada, ao Todo nem à Angústia alemã.Preferiu dissecar o homem e acompanheira, morte. De nada adiantaram os conselhos para que largasse a filosofia e abraçasse a psicanálise. Virgínia não via diferença entre as duas. Como não frequentara a academia, não temia uma possível execração acadêmica e seguiu os seus estudos sem livros, manuais e a parafernália exigida pelo intelecto. Seguia a sensualidade do olho e a intuição do espírito. Do céu, Bachelard e Merleau Ponty abençoavam uma nova discípula. Virgínia não os conhecia e, talvez por ignorãncia ou pelo fado do desejo de superar o mestre, continuou a jornada sozinha. " Um roto não pode ajudar um esfarrapado", dizia com ares de pura constatação.
Nos momentos em que mais se precisava dos volteios da abstração, Virgínia era empírica! De um empirismo cru e cruel, digno de Freud, um outro mestre que descansava no céu. Mas Virgínia também não o conhecia... Não sei se seduzida pelos sentidos dos olhos, a percepção do espírito e a crueza do inconsciente, Virgínia se especializou numa estranha tríade: o homem, a morte e os bens. De nada valeram os argumentos sobre o rumo antroeconomicista da sua filosofia. Virgínia, por desconhecer antropologia e economia, seguiu a jornada com os olhos da filosofia. Durante anos Virgínia observou o seu tema de estudos. Acompanhou "de perto" o desenrolar de novelas e tragédias humanas. De tanta proximidade, adquiriu uma incômoda sabedoria cínica que se manifestava nas horas de grandes sofrimentos. Se estivesse viva por ocasião do 11 de setembro, em meio a dor e a perplexidade de todos ela certamente diria:" Antes que os defuntos esfriem, o país estará correndo atrás do prejuízo!" . Não sei se a sua filosofia alcançou a realidade da idéia platônica (Virgínia morreu cedo e não teve tempo de revelar todas as suas descobertas ao mundo), mas o Iraque talvez responda e os números crescentes da economia norte americana, confirmem. Antes de morrer desfez-se de todos os bens, desde dinheiro, imóveis e utensílios. Preservou somente duas conchinhas de ouro que usava na ponta dos lóbulos da orelha. Dizem que estava tranquila quando a Morte chegou. Não lutou contra ela e muito menos se preocupou com o destino que tomaria. De tão tranquila que estava,exagerou na emoção e morreu às gargalhadas, dizendo que a morte era um advogado que recitava artigos do código cívil!
Nos momentos em que mais se precisava dos volteios da abstração, Virgínia era empírica! De um empirismo cru e cruel, digno de Freud, um outro mestre que descansava no céu. Mas Virgínia também não o conhecia... Não sei se seduzida pelos sentidos dos olhos, a percepção do espírito e a crueza do inconsciente, Virgínia se especializou numa estranha tríade: o homem, a morte e os bens. De nada valeram os argumentos sobre o rumo antroeconomicista da sua filosofia. Virgínia, por desconhecer antropologia e economia, seguiu a jornada com os olhos da filosofia. Durante anos Virgínia observou o seu tema de estudos. Acompanhou "de perto" o desenrolar de novelas e tragédias humanas. De tanta proximidade, adquiriu uma incômoda sabedoria cínica que se manifestava nas horas de grandes sofrimentos. Se estivesse viva por ocasião do 11 de setembro, em meio a dor e a perplexidade de todos ela certamente diria:" Antes que os defuntos esfriem, o país estará correndo atrás do prejuízo!" . Não sei se a sua filosofia alcançou a realidade da idéia platônica (Virgínia morreu cedo e não teve tempo de revelar todas as suas descobertas ao mundo), mas o Iraque talvez responda e os números crescentes da economia norte americana, confirmem. Antes de morrer desfez-se de todos os bens, desde dinheiro, imóveis e utensílios. Preservou somente duas conchinhas de ouro que usava na ponta dos lóbulos da orelha. Dizem que estava tranquila quando a Morte chegou. Não lutou contra ela e muito menos se preocupou com o destino que tomaria. De tão tranquila que estava,exagerou na emoção e morreu às gargalhadas, dizendo que a morte era um advogado que recitava artigos do código cívil!
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