Mundos não caem, disse Dona Vera, a professora de geografia. Solteirona amarga, seca, ossuda, desaguada como os desertos que pomposamente apontava no quadro negro.
Mas o da Maysa caiu, disse eu exibindo o long play roubado da coleção de minha mãe. Caiu porque alguém a fez ficar assim : bela como uma tela de Monet.
Que Monet é esse, garota? E que mundo é esse que despenca? Dona Vera replicou já com a caneta vermelha, pronta para me tascar um zero.
Não sei se por medo da redondura na caderneta ou se por ter aprendido com Maysa que os desertos dos mapas não abrigam beduínos, me encolhi na carteira abraçada ao disco.
Com Dona Vera aprendi uma geografia estática, imóvel, grudada no Atlas como um cadáver seco de urubus. Com Maysa, aprendi que o mundo vive caindo...
Mas o da Maysa caiu, disse eu exibindo o long play roubado da coleção de minha mãe. Caiu porque alguém a fez ficar assim : bela como uma tela de Monet.
Que Monet é esse, garota? E que mundo é esse que despenca? Dona Vera replicou já com a caneta vermelha, pronta para me tascar um zero.
Não sei se por medo da redondura na caderneta ou se por ter aprendido com Maysa que os desertos dos mapas não abrigam beduínos, me encolhi na carteira abraçada ao disco.
Com Dona Vera aprendi uma geografia estática, imóvel, grudada no Atlas como um cadáver seco de urubus. Com Maysa, aprendi que o mundo vive caindo...
Um comentário:
Linda Maysa!
Lindos Mundos!
Lindas Quedas!
Gostei muito do seu texto...do seu jeito!
Abraço.
Postar um comentário