Da praia,
dezessete palmeiras até minha casa.
Dezessete gigantes
a guardar passos e tropeções.
Na primeira esquina,
uma lanchonete, americana.
Do lado outro da rua,
um rolls-royce negro
estacionado em uniforme espera
de fumaça continental.
Quarenta e cinco passos adiante,
sapatos sem pés em vitrine
e frascos de remédios em prateleiras,
geometricamente posicionados
entre a marquise
e o buraco do suicida.
Depois do sinal, verde, é claro,
mais cento e cinco passos
e alguns sacolejos dos dedos
ao longo de grades enferrujadas.
Parada obrigatória na cerca de ficus.
Alguns assovios e depois fuga,
dos lacerdinhas.
Enfim, os últimos passos.
Dois bancos de mármore
num jardim art deco.
186 arfadas
mais nove degraus de um rio grande
que descia em tapete vermelho
para desaguar em elevador de madeira
com botões de marfim,
grade dourada e um poço escuro.
3 comentários:
Tudo aqui me encanta.
Seus poemas e textos são mágicos.
Também quero me sentar em um banco art deco e sonhar.
beijos, tenha um bom domingo.
Apareça.
Oi. Desculpa pela demora em responder. Não atualizava o meu blog desde fevereiro. Também gostei do seu blog. E, sim, somos da mesma cidade, e já ouvi falar de você e de seus livros. Sucesso. Daniel.
seu blog tem um link em :
www.desdecuba.com/generaciony_pt
abraços
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