Preciso subir ao sótão
procurar o meu caldeirão,
desenferrujar as agulhas
e colher sangue de dragão.
Preciso do trapo de uma saia
e algumas bagas de faia.
Preciso parar o tempo
secar o mar.
Colher tremoços em Portugal .
Este poema foi escrito para uma grande amiga, Maria Teresa Horta, uma escritora maravilhosa e poderosa feiticeira. Quem ainda não leu "Novas Cartas Portuguesas" não sabe o que está perdendo...
E para dar água na boca, eis um poema (e a foto) de Maria Teresa:
Poema Sobre a Recusa
Como é possível perder-te
sem nunca te ter achado
nem na polpa dos meus dedos
sem ter formado o afago
sem termos sido a cidade
nem termos rasgado pedras
sem descobrirmos a cor
nem o interior da erva
Como é possível perder-te
sem nunca te ter achado
minha raiva de ternura
meu ódio de conhecer-te
minha alegria profunda
procurar o meu caldeirão,
desenferrujar as agulhas
e colher sangue de dragão.
Preciso do trapo de uma saia
e algumas bagas de faia.
Preciso parar o tempo
secar o mar.
Colher tremoços em Portugal .
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Este poema foi escrito para uma grande amiga, Maria Teresa Horta, uma escritora maravilhosa e poderosa feiticeira. Quem ainda não leu "Novas Cartas Portuguesas" não sabe o que está perdendo...
E para dar água na boca, eis um poema (e a foto) de Maria Teresa:
Poema Sobre a Recusa
Como é possível perder-te
sem nunca te ter achado
nem na polpa dos meus dedos
sem ter formado o afago
sem termos sido a cidade
nem termos rasgado pedras
sem descobrirmos a cor
nem o interior da erva
Como é possível perder-te
sem nunca te ter achado
minha raiva de ternura
meu ódio de conhecer-te
minha alegria profunda
Um comentário:
...Márcia...
fiquei sem internet desde o dia 10 de abril e senti uma pena enorme por não poder vir ler seus escritos..
eu li "novas cartas portuguesas" e realmente é de grande sensibilidade e delicada esfera a poesia guardada no livro!
um beijo,
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