Eles flutuam sobre as toalhas
nas pregas imersas no anil do tanque.
Conhecem os desvios óticos
que confundem o mar com o mangue.
São panos embranquecidos pelos dedos
de mulheres mortas.
Damas que esfregam sonhos na bacia
e estendem a luxúria em varais.
São retalhos esquizofrênicos
espantalhos cênicos
notas de um blues no palco.
São falos das lavadeiras
que escorregam no sabão da heroína
de um pano de prato drogado.
Levei muito tempo para descobrir a razão do desemparelhamento dos brincos de Vitalina: ela amava a liberdade.
quinta-feira, 3 de abril de 2008
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Um comentário:
adoro teus textos...
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