Depois de anos sem poder entrar no Blog (podem rir, esqueci a senha), finalmente retornei! Espero manter o hábito de escrever sempre.
O Fantasma de Chet Baker
Arte no Poder. Delírios. Devaneios. Posturas. Imposturas. Errâncias...
segunda-feira, 9 de junho de 2014
quinta-feira, 1 de maio de 2014
Era Uma Vez Um Vestido Amarelo
Quando apontei para o trio e anunciei a vontade de possuí-los, minha mãe me olhou de soslaio. Ela sempre olhava de soslaio em situações constrangedoras, mas eu, a encarnação familiar do constrangimento, ignorei. Afinal,estávamos quites em matéria de constrangimento: ela (juntamente com todas as minhas tias lindissimas & chiquérrimas), constrangida por ser mãe de um ser não identificado, desengonçado, de joelhos sempre esfolados, e eu, por ser filha da própria Afrodite. Você acha que é fácil ser filha de Afrodite? Dói, dói muito...
Doendo como dente com nervo exposto a chupar gelo, persisti no desejo. Mamãe deu de ombros (quando ela dava de ombros era guilhotina, na certa) e telefonou para a costureira e marcou hora. Dona Hortência. Costureira de fino trato e mãos de alfinetes. Nos olhamos, não, ela me olhou e olhou para a fotografia na revista e abriu um sorriso de alfinete de fralda. Eu devia ter reparado no alfinetão a prender uma risada, mas me fiz de tonta.
Mamãe escolheu os tecidos: shantung, se não me engano. Tirei a roupa e dona Hortência me tirou as medidas. O alfinetão à boca e fita métrica a postos. Foram dias de alfinetes. Dias e dias de alinhavos, de olhares de soslaio e meneio de ombros e alfinete de fralda, mas resisti e o vestido ficou pronto. Os acessórios já tinham sido comprados. Só faltava um convite para uma festa. Não teve.
Estóica (ou masoquista) aguentei o tranco e decidi tomar sorvete, sozinha, na confeitaria da esquina. Americana, ela se chamava. A caminhada se resumiu a metros e metros de briga acirrada, desleal mesmo, entre os meus joelhos e a bolsinha branca, e a um cortejo Daliniano de pessoas com bocas fechadas por alfinetões de fralda. Nunca mais usei amarelo... e fiz de Courrèges meu inimigo nº1.
Marcia Frazão
quinta-feira, 5 de julho de 2012
quarta-feira, 4 de julho de 2012
quinta-feira, 23 de junho de 2011
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